Revolução Burguesa?
Consensualmente, a primeira e mais visível instância do impacto do Marxismo na historiografia ocorreu no processo de modelar à Revolução Francesa. Desenvolvida em conjunto do estabelecimento da Terceira República Francesa, no final do século XIX, a interpretação social enxergava a Revolução Francesa como uma "revolução burguesa". Um conflito de classes, a qual a burguesia capitalista suprimiu a velha nobreza e aristocracia, estabelecendo instituições republicanas. Desenvolvido por historiadores liberais, republicanos e socialistas, incluindo os próprios Alphonse Aulard, Jean Jaurés e Albert Mathiez, a literatura destes senhores era compatível como a perspectiva de Marx de um desenvolvimento capitalista, mas não um aprofundamento do materialismo histórico em si.
Por volta dos anos 60, a interpretação social dominava a leitura Revolucionária Francesa, desde então a tese de que a Revolução Francesa foi uma revolução burguesa(ou uma revolução para atender os interesses burgueses) esteve constantemente sob ataque, encabeçados por Alfred Cobban na teoria Marxista em "The Social Interpretation of the French Revolution", onde o mesmo argumentou que a burguesia performou a revolução, mas que não eram capitalistas, para serem posteriormente desenvolvidos para argumentar que a burguesia teve parte insignificante no processo Revolucionário Francês.
Por esta razão, eu irei ilustrar alguns dos pontos sólidos defendidos por Sewell, Colin Jones e John Markoff, mencionando o que eu acredito que seja um entendimento mais justo da revolução, a necessidade de fazê-lo ocorre pela fragilidade na tradição ortodoxa, como exemplificado por Soboul e citado por Darnton. Muitos historiadores dessa linha, bebiam em uma versão do marxismo, muito influente na década de 40 e 50, que foi o Stalinismo.
A tendência para uma determinismo mecânico, como também mencionado por Darnton em suas notas à respeito do trabalho de Albert Soboul. Porém nesta crítica, falta uma análise que compreenda que a consciência humana interviu para fazer história. Não é colocado atenção suficiente para o fato que as consciências engajadas na Revolução desenvolveram respostas para uma crise que tinha pouco controle dos revolucionários, e a partir desse ponto desenvolveram sua resposta para os futuros conflitos e batalhas.
O principal argumento dos que aspiram à contestar a tese Marxista de uma Revolução Burguesa(ou para a Burguesia) é que a Revolução não tinha conexão com o desenvolvimento do capitalismo. É óbvio que o desenvolvimento do capitalismo e das revoluções burguesas não são iguais. Através dessa interpretação, pode-se interpretar que nada demais estava ocorrendo na França anterior à Revolução. É ignorado as enormes mudanças sociais e econômicas, que estiveram ocorrendo na França pré-revolucionária.
Uma indicação da escala dessas mudanças podem ser dadas em alguns dados. O comércio Francês cresceu em 400% nos 60 anos anteriores à revolução, a produção de ferro em 300% e a de Carvão em 700%. Isso são mais do que números, estas são a reflexão de um ritmo de mudança que parecia incrivelmente acelerado para as pessoas da época. Poderia se argumentar sobre as transformações na agricultura em algumas áreas da França, a construção de canais, o crescimento de portos e muito mais.
Darnton argumenta que os que numericamente dominavam as assembleias revolucionárias na verdade não eram apenas mercadores e comerciantes, mas também profissionais liberais, como médicos e advogados. Colin Jones aponta uma falha neste argumento, "Se é assumido que profissionais liberais que fizeram parte constituinte importante das assembleias eram socialmente autônomos da burguesia, então as reformas capitalistas clássicas, como a formação de um mercado nacional, abolição das guildas, a introdução de medidas uniformes de peso e medida e a redefinição dos direitos de propriedade só podem ser explicados por produto de conspiração ou acidente.
Tais desenvolvimentos não ocorrem sem estímulo algum, eles envolveram novas relações entre as pessoas, novos meios de vida, novas classes oprimidas, o desenvolvimento do capitalismo. E certamente, o capitalismo continuou a se desenvolver após a revolução. A revolução não pariu o capitalismo. O contrário, foi uma luta por poder político e para definir a natureza do estado. Mas a razão para esta luta e a forma que tomou não pode ser compreendida, a não ser que as mudanças na sociedade, provocadas pelas tensões com o estado existente e as figuras políticas afetadas. O estado que emergiu da revolução foi transformado de tal forma, à avançar o desenvolvimento do capitalista. O resultado foi um estado novo e que beneficiava as novas estruturas, sob a liderança da burguesia.
Referências Bibliográficas:
JONES, Colin. The French Revolution in Social and Political Perspective, London: Arnold, 1996.
DARNTON, Robert. O Iluminismo como negócio: história da publicação da "Enciclopédia", 1996.
BLANNING, Timothy. The French Revolution: Aristocrats versus Bourgeois?, 1986.
Comentários
Postar um comentário