Comércio, Polifonia e Iluminismo
Carta de Thomas Jefferson para George Wythe, 16 de Setembro, 1787.
"Eu mal me aprofundei em conhecimento clássico, arquitetura, pintura ou escultura. Tirei muito proveito, mais do que em qualquer coisa de sua agricultura, das quais diversos objetos poderão ser usados por nós com grande vantagem."

O mapa dos pontos de interesse para as expedições, por Szarka Gyula, posteriormente demarcado para exibir o itinerário de William Beckford, em 1780. Londres por barco até Ghent, e em seguida para Ulm, Augsburg e Munique. Antes de cruzar a fronteira para Innsbruck, Austria. De lá, o caminho feito à cavalo até a Itália, em Trento. Após Trento, o mesmo percorreu mapa até Bassano del Grappa, Treviso e Veneza. De Veneza, o itinerário é alterado para Vinceza, Verona, Mantua, Reggio, Bolonha, Floresnça, Lago di Bolsena, Viterbo e Lago di Vico, e por fim, Roma. Após a estadia em Roma, Beckford foi até Vellitri, Terracina, Cápua e Nápoles. Beckford como vários expedicionários antes dele visitou o Vulcão Vesúvio, as famosa ilhas de Capri e Ísquia.
O Grand-Tour foi um fenômeno emblemático caracterizado na Idade Moderna em que formas educativas de viagem contribuíam para a formação individual de um acadêmico ou nobre, essa atividade constituiu um dos elementos simbólicos dentre as praxes dos pensadores iluministas.
Peter Burke em sua obra "Linguagens e Comunidade" irá descrever o fenômeno dentre o período de disseminação das línguas Europeias dentre os séculos XV e XVIII. A necessidade de se ter acesso ao vernáculo mais diversos, somados à grandes migrações provocadas por diásporas, o conhecimento de várias línguas e costumes estrangeiros passam a ser de importância estratégica para os comerciantes, aristocratas e pessoas da elite que em um mundo progressivamente mais conectado em função da ampliação da fronteira linguística.
Os Grand-Tours eram a forma que esses indivíduos podiam assimilar novas línguas e costumes em uma época e cenário em que as escolas de línguas eram raras e o aprendizado de uma língua dependia de tutores, em sua maioria refugiados. O resultado dessas grandes expedições foi uma crescente soma de nobres, acadêmicos e letrados poliglotas, que fizeram se multiplicar as traduções existentes, permitindo a existência do acesso ao conhecimento indisponível anteriormente por falta de um tradutor capaz, como foi o exemplo da língua inglesa até o século XVIII.
Ao se aventurar em Terras distantes, os nobres viajantes encontravam uma nova utilidade para o aprendizado de novas línguas, o comércio. Durante o século XVIII, foi elaborado diversos Grand-Tours com finalidade notoriamente econômica e comercial, os Ingleses tiveram grande interesse na península itálica, organizando diversas expedições ao longo do século para estudar língua, economia e política.
Referências Bibliográficas:
REINERT, Sophus. Mapping the Economic Grand Tour: Travel and Emulation in Enlightment Europe, 2016.
Carta de Thomas Jefferson para George Wythe, 16 de Setembro, 1787.
Comentários
Postar um comentário