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Ludistas: O fator balanceador das condições de trabalho na Inglaterra Industrial

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As perturbações Ludistas iniciaram-se em circunstâncias que favoreciam a agitação social. As famílias de operários Britânicos no começo no final do século XVIII e início do século XIX estavam sofrendo com uma economia que crescia fora de proporções e grande desemprego. Uma guerra que pareceu não ter fim com a França de Napoleão, trouxe o "árduo beliscão da pobreza", como escreveu o Historiador Inglês Frank Peel. Comida era escarça e passava custar mais cada vez mais. Em março de 1811, em Nottingham, um polo industrial têxtil que abrigava uma multidão de protestantes exigindo melhores condições de trabalho e melhores salários. Tropas Britânicas suprimiram o protesto com violência até a dispersão dos revoltosos.  A quela noite, operários enfurecidos destruíram maquinário têxtil em uma vila ao redor de Nottingham. Ataques semelhantes ocorreram de força dispersa, exclusivamente à noite, inicalmente. Os ataques se tornaram mais frequentes e autores de danos consideráveis. O Par...

O consumo na Inglaterra industrial dos séculos XVIII e XIX.

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  Com o advento da primeira revolução industrial, as modificações ocorridas na Inglaterra foram sentidas por todas as camadas da população. Desde o mais nobre monarca, até o novo burguês e a nova vasta camada social que se criara, o proletário. A mudança aconteceu não apenas nos meios de trabalho, mas também no consumo, e até mesmo na alimentação dos britânicos. Produção de tecidos no tear, na Inglaterra do século XVIII.  ( Retirado de: http://seguindopassoshistoria.blogspot.com.br/2011/03/fabrica-aco-e-vapor-revolucao.html. Acesso em 25/11/2017)   Segundo David Landes, historiador americano contemporâneo, “ [...] o poder de compra per capita e o padrão de vida eram muito mais elevados do que na Europa continental.” ( LANDES, David S. Prometeu desacorrentado: transformação tecnológica e desenvolvimento industrial na Europa Ocidental, de 1750: até os dias de hoje. 2.ed. Rio de Janeiro: Campus, 2005 p.48) . Não apenas a Inglaterra despontava economicamen...

A indústria da imprensa e a publicidade da Enciclopédia na Idade Moderna.

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  A Enciclopédia, em todas as suas versões, foi uma das maiores (se não a maior) e mais importante  produção escrita e intelectual do período moderno. Num contexto onde a qualidade do papel, da impressão e da estrutura do livro importava tanto quanto o seu conteúdo, a difusão massiva e o empreendimento milionário que a Enciclopédia teve, mostrava a força que a imprensa e a publicidade haviam adquirido já no século XVIII. Capa da Encyclopédie , ou dictionnaire raisonné des sciences, des arts et des métiers. Retirada da Wikipédia   A Imprensa em si era algo que possibilitava a produção em massa de unidades, volumes e versões diferentes, projetadas para públicos diferentes. As versões mais baratas da Enciclopédia , por exemplo, chegaram a atingir as camadas mais humildes da sociedade, apesar de poucas pessoas serem alfabetizadas. Porém, era muito comum que as edições da época fossem adulteradas, ou tivessem suas ideias distorcidas pelas próprias editoras. Como...

Revolução Burguesa?

          Consensualmente, a primeira e mais visível instância do impacto do Marxismo na historiografia ocorreu no processo de modelar à Revolução Francesa. Desenvolvida em conjunto do estabelecimento da Terceira República Francesa, no final do século XIX, a interpretação social enxergava a Revolução Francesa como uma "revolução burguesa". Um conflito de classes, a qual a burguesia capitalista suprimiu a velha nobreza e aristocracia, estabelecendo instituições republicanas. Desenvolvido por historiadores liberais, republicanos e socialistas, incluindo os próprios Alphonse Aulard, Jean Jaurés e Albert Mathiez, a literatura destes senhores era compatível como a perspectiva de Marx de um desenvolvimento capitalista, mas não um aprofundamento do materialismo histórico em si.           Por volta dos anos 60, a interpretação social dominava a leitura Revolucionária Francesa, desde então a tese de que a Revolução Francesa foi uma revolução ...

Inglês: A linguagem global

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    Império Britânico em sua máxima extensão, com a Índia em violeta. (Wikipédia)    Em seu livro Linguagens e comunidades nos primórdios da Europa Moderna, mais precisamente no capítulo 5, A mistura de línguas, Peter Burke trata um pouco do Inglês, língua que hoje em dia é considerada como idioma mundial, sendo utilizada pela grande maioria dos países para o comercio e para o turismo. É muito comum que além de seu idioma nativo, o comerciante ou até mesmo o cidadão comum aprenda o inglês como segunda língua para fins profissionais, pois existe a necessidade de se comunicar com outras pessoas de outras nacionalidades que na maioria das vezes também utilizam o Inglês como forma de comunicação.    Porém, Peter Burke explicita bem em seu livro que nem sempre foi assim. Na realidade, o Inglês, pelo menos até o século XVIII não estava nem perto de ser uma das línguas de alta prioridade para os Europeus continentais. Por exemplo, o trata...

Comércio, Polifonia e Iluminismo

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"Eu mal me aprofundei em conhecimento clássico, arquitetura, pintura ou escultura. Tirei muito proveito, mais do que em qualquer coisa de sua agricultura, das quais diversos objetos poderão ser usados por nós com grande vantagem." Carta de Thomas Jefferson para George Wythe, 16 de Setembro, 1787. O mapa dos pontos de interesse para as expedições, por Szarka Gyula, posteriormente demarcado para exibir o itinerário de William Beckford, em 1780. Londres por barco até Ghent, e em seguida para Ulm, Augsburg e Munique. Antes de cruzar a fronteira para Innsbruck, Austria. De lá, o caminho feito à cavalo até a Itália, em Trento. Após Trento, o  mesmo percorreu mapa até Bassano del Grappa, Treviso e Veneza. De Veneza, o itinerário é alterado para Vinceza, Verona, Mantua, Reggio, Bolonha, Floresnça, Lago di Bolsena, Viterbo e Lago di Vico, e por fim, Roma. Após a estadia em Roma, Beckford foi até Vellitri, Terracina, Cápua e Nápoles. Beckford como vários expedicionários antes de...

Absolutismo e Mercado — França mercantilista, uma breve descrição das reformas Colbertistas. - PARTE III

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"Sob a hábil superintendência do jovem Colbert, a pressão fiscal foi estabilizada e incentivou-se o comércio do Estado e por uma série de más colheitas levaram a renovados levantos do campesinato na Guyenne e na Bretanha em 1674-75 e à supressão armada sumária dos mesmos; dessa vez, nenhum senhor ou cavaleiro tentou usá-los para seus próprios fins. A nobreza, aliviada dos encargos financeiros que Richilieu e Mazarino tinham tentado lhe impor, manteve a sua lealdade durante todo o tempo." Perry Anderson, historiador revisionista Marxista em sua obra Linhagens do Estado Absolutista(1974)             Para mais compreender a complexa teia geopolítica Europeia durante a era Mercantilista, observemos as importantes reformas Colbertistas e como a França metrópole poderia se beneficiar direta e vastamente de uma economia que compreendesse a realidade mercantilista que se dava na França na época.           Reformas Colbertista...